quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

capitulo 9 Uma visita inesperada

Brinco, e a campainha mais uma vez soa!
- Quem é? - Grito.
Ninguém responde, então, eu dou uma olhada rápida.
- Ai meu Deus Bia! É o Eduardo.
- O quê?  (Ela pergunta assustada) - Você disse onde morava?
- Não. E porque o porteiro não avisou?
Ficamos alguns segundos em silêncio!
- Isa,... É... Você tem que abrir.
- O quê? Abrir a porta? E o que ele vai dizer: que adorou conhecer uma safada e quer continuar me usando?
Bia ri e completa sorrindo:
- Abre a porta safada, você bem que gostou de ser usada!
Abro a porta morrendo de vergonha, a essa altura, é melhor enfrentar ele, do que enfrentar os comentários obscenos da Bia, que por sinal não são a cara dela!
- Oi
- Você está bem? Ele fala como se fosse, a coisa mais normal do mundo vir à minha casa. Depois de tudo o que houve, e depois de tudo que o ouvi falar!
- Estou! - Falo ainda com a porta entre aberta esperando que ele vá embora.
- Fui te procurar e disseram que você tinha ido embora. Está tudo bem mesmo? - Nesse momento, Bia interrompe.
- Isa, abre a porta pra ele entrar!
Eu abro a porta e faço gesto pra que ele entre e fique à vontade, mas creio que meu descontentamento com a visita está visível,  ele não parece se importar e entra.
- Oi Bia, tudo bem?
Ela acena com a cabeça, e ele dirige-se a mim.
- Fiquei preocupado! O Felipe disse que você tinha saído de lá chorando.
- Pois não se preocupe, estou muito bem obrigado!
Ficamos todos em silêncio durante algum tempo, queria que a Bia interrompesse, mas ela não o faz!  - Então eu completo:
- Satisfeito? Já viu que eu estou bem? Então pode ir.
Não tinha reparado até agora que ele está segurando um pacote.
- Comprei isso pra você.
Não sei o que fazer! Recebo o pacote, agradeço, e fico encarando-o esperando que ele vá embora.
- Você pode abrir e me dizer se gostou?
Abro o pacote com cara de poucos amigos! Enquanto Bia assisti à tudo como se estivesse assistindo a um filme no cinema, rasgo o pacote, e... Não posso acreditar! Bia arregala os olhos e eu não consigo pronunciar nem uma palavra.
- Gostou?
Não consigo falar, apenas faço sinal com a cabeça para que ele saiba que gostei. Ele olha pra mim e para Bia, querendo descobrir se eu gostei ou não, e tentando quebrar o silêncio, mas nenhuma de nós consegue falar.
- Acertei ou errei? - Ele pergunta. E Bia responde sem me dar oportunidade de inventar uma mentira:
- Acertou bem no alvo!
O presente era um carrossel em miniatura! Bia sempre soube do meu fascínio por carrossel, e depois do meu desastroso namoro com aquele insensível, que me botou de cama, eu sempre disse a Bia que se um dia, eu encontrasse um homem que gostasse de carrossel, eu voltaria a acreditar na humanidade e me renderia.
- Eu tinha pensado que a gente poderia ir ao parque, mas como você tinha ido embora, resolvi- trazê-lo até você. – Diz ele.
Bia interrompe mais uma vez:
- Estou vendo que houve algum mal entendido aqui! Vou deixar vocês conversarem.
Eu ainda não consegui dizer nada! Mas, seguro a Bia pelo braço tentando impedir de ficar só com ele. O que eu vou fazer? O que eu vou dizer? Como eu vou fugir?
- Tchau Isa. - Ela fala soltando-se de mim.
- Tchau Eduardo, ela amou o presente! - Diz ela, mais uma vez.
Estamos os dois a sós! Olhando um para o outro! Sem dizer uma palavra.
- Você ainda não me disse o porquê de ter ido embora sem se despedir? Tive um trabalhão para conseguir seu endereço sabia?
Continuo ainda um pouco calada, sei que disse que me entregaria a um homem que gostasse de carrossel, mas... ainda lembro do que o ouvi dizer.
- Você já tinha conseguido o que queria, então achei que não se importaria.
-Mulheres, mulheres, sempre achando que sabem o que nós homens queremos!
- Especialmente quando a gente escuta o que eles dizem. – Retruco.
- E o que eu disse pra você achar que sabe o que eu quero?
- Me deixa lembrar... Foi de primeira! Mulheres deviam se dá o mínimo de respeito! Escutei tudo.
- Isa, eu estava falando com a Larissa.
- Ela também não resistiu aos seus encantos?
Ele ri e completa.
- Isa, Larissa é minha irmã.
- E você quer que eu acredite?
- Ah! Isa, o que é que eu faço com vocês duas?
- Com ela eu não sei, mas comigo nada!
Estou chateada com esse assunto, não basta todo mundo me tratar como se eu tivesse sendo uma idiota por estar me importando com o que ele pensa sobre mim, e ele ainda vem com essa história de Larissa é minha irmã! Devo realmente ter cara de idiota.
- Isa, ela me ligou pra saber onde eu estava, e eu comentei que estava na serra e tinha levado você ao pico alto, e, parece que vocês duas são bem parecidas por que ela me perguntou se eu já tinha conseguido o que queria, e eu falei que ela deveria se dá o mínimo de respeito.
Eu continuo sem dar uma palavra, e ele continua:
- Não acredito que vocês mulheres, depois de tanto tempo, ainda se preocupam se os homens estão querendo somente isso de vocês! Na verdade o que importa é o que vocês querem! Porque é tão difícil pra vocês entenderem que também tem desejos.
Não consigo entender direito esse pensamento que ele tem sobre as mulheres! Não sei se o que ele está me dizendo é bom ou ruim! Se ele quer ser romântico ou se está só tentando transar novamente.
- Na verdade, se não tivesse rolado nada, eu não teria ligado para a Elena umas trinta vezes, até ela finalmente concordar em me dar seu endereço. Eu sempre procurei uma mulher que não estivesse preocupada com um manual de regras de boa conduta a seguir, e mesmo assim pudesse continuar sendo delicada, inteligente e romântica.
Continuo sem conseguir falar nada! Suas palavras me deram forças, ao mesmo tempo em que me fizeram sentir-me como uma completa idiota, dessa vez, não por ter cedido no primeiro encontro, mas por ter feito disso uma tragédia. Ele se aproxima passa a mão em meu rosto e pergunta.
- Eu acertei?
Não sei se ele está falando do presente ou de tudo que acabou de me dizer, e respondo:

- No alvo.

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