No feriado , estamos na estrada,
vendo o primeiros raios de sol, espero chegara a tempo para o café da manhã, já
sinto saudade da comida a lenha, e do bolo de fubá, estou dirigindo um tanto
calada, o Edu colocou uma triha de musicas bem românticas para tocar, e não
para de me olhar como quem tentar adivinhar meus pensamentos.
- um orgasmo pelos seus
pensamentos. Ele fala baixo e tentando conter o riso.
- não seria um doce pelos seus
pensamentos. Corrijo-o
- doces dão cáries. Ele fala e
então começa a rir.
- Edu porque você é tão lindo e
tão sem vergonha? Falo em tom de desaprovação pela sua piada, mas na verdade eu
gosto do seu jeito sem vergonha de ser.
- eu sou lindo? Ele fala com
olhar de quem duvida.
- é. e saliento. – muito lindo.
- e sem vergonha? Ele fala
divertindo-se
- muito.
- bem que você gosta. Ele fala
tentando soar ainda mais engraçado.
- não , não gosto. Tento soar
séria.
- tudo bem, então eu não te dou o
presente que comprei.
- que presente? Pergunto
eufórica.
- não vou dizer. Você não vai
gostar. Ele fala enquanto ri da minha curiosidade.
- diz, eu gostei de todos os
presentes que você me deu. Diz diz. Falo ainda eufórica.
- um orgasmo por seus
pensamentos. Ele fala soando ainda mais engraçado.
- edu o que é que você está
aprontando.digo ainda curiosa- O facão
do pai é bem amolado viu. Tento parecer apavorada.
- acho que ele não me vence na
corrida.
Nós rimos e seguimos na estrada,
rindo do seu jeito um tanto diferente, que oscila entre um homem extremamente
romântico, e um que só pensa em sexo. Chegamos a fazenda ,minha mãe esta a espera
na varanda. Ela desce os três degraus, da elevação da casa e me abraça forte.
- ah meu anjo como eu senti
saudade. Ela fala ao meu ouvido.
- eu também mãe. Falo ainda
abraçada a ela.
- mãe este é o Eduardo. Apresento
assim que terminamos o abraço.
- Rosa. Apresenta-se ela, ele a cumprimenta
e ela rapidamente acrescenta. – vamos entrando, vocês devem estar famintos.
- fez bolo de fubá? Pergunto empolgada.
- bolo de fubá de batata....
O Edu me acompanha, entrando pela
casa e carregando as malas, acho que pela primeira vez percebo ele um pouco desconfortável
. De certo não deve está acostumado com os modos do interior.
- Preparamos o quarto de hóspedes
.minha mãe fala com os olhos na direção do Edu, e ele me olha surpreso ao perceber
que eles certamente , não serão tão facilitadores quanto sua mãe.
Ele acomoda as malas, enquanto eu
e minha mãe vamos para meu antigo quarto, faz muito tempo que não venho
aqui,ela me olha como se eu tivesse crescido da noite para o dia, segurando meu
rosto com as duas mãos e a expressão de quem não acredito.
- ah! Meu anjinho, como você está
linda, mal parece aquela menininha sem graça. Ela fala como quem recorda.
- e o papai? Esta na fazenda de
café?
- ele já deve estar voltando.
- e você como você está? Ela fala
como quem espera que eu conte tudo que tem acontecido nesses seis meses que eu
não venho aqui.
- aconteceu tanta coisa mãe você
, nem imagina.
- imagino. Ela fala como se já
soubesse mais coisas do que eu contei.
- imagina? Pergunto tentando
entender.
- Tenho trocados e-mails
semanalmente com a Bia, e ela sempre me conta os acontecimentos.
- e-mails? Falo sem conseguir
conter o ar engraçado, desde quando minha mãe caipira passa e-mails.
- sim eu sou moderna- ela fala
zombando de si mesma e completa com a expressão mais séria- Quando a bia veio
pra cá, a dois meses, para terminar sua tese, ela criou um e-mail pra mim e me
ensinou a usar, e desde então temos nos correspondido.
- e porque que a senhora nunca me
contou? Podíamos ter nos comunicado. Não acredito que minha amiga, tão atarefada
tenha se comunicado com minha mãe , enquanto eu mal falei com ela nestes últimos
meses.
- não sei. Ela fala sem dá
importância.- vamos o Edu deve estar com fome. Ela continua me deixando certa
de que realmente a bia deve ter trocado muitos e-mails com ela.
Ela vai até a cozinha, e eu vou
até o quarto preparado para o Edu, bato a porta , mas não espero ele responder
e entro , ele vira-se pra frente de um pulo, como um soldado que se apresenta
ao exercito.
- vamos. eu falo e ele me puxa
mais pra perto e me dá um beijo rápido,
como uma criança com medo de levar
flagrante, percebo o quanto ele está inseguro, acho que essa é a
primeira vez que o vejo assim então resolvo tentar uma piada.
- preferia saltar de paraquedas
é?
- me dá menos medo. Ele ri e eu
percebo que a piada funcionou.
- vamos . Eu rio e o saiu
arrastando pelas mãos. – não acredito que depois de todas as loucuras que eu vi
você fazer, você vai ter medo de encarar a fera. Tinha pensado em dizer encarar
meus pais, mas não posso perder essa oportunidade de fazer com que ele sinta o
que já me fez sentir milhares de vezes.
Chegamos a cozinha e agora
descubro porque ele se sentia tão confortável em conversar sobre a gente com a
sua família, família parece encorajar a gente.
- mãe o Edu esta com medo. Falo e
ele aperta minha mão como quem pedi que eu pare de brincadeira .
-Não precisa ter medo. O único
bicho feroz aqui, é o Geraldo. Ela fala em tom irônico
- vamos comam. Ela fala com
excitação na voz e nós sentamos e começamos a nos deliciar.
- ah! Mãe eu estava com saudade
dos seus bolos.
- muito bom mesmo dona Rosa. O
edu completa. Nesse momento ouço a voz grave de meu pai.
- bom dia.
- pai. Eu grito e corro para
abraça-lo. O Edu se põe de pé como se estivesse em um jantar formal. Meu pai
sem pronunciar uma palavra estica a mão para cumprimentar-lo
- gostei .mão de homem. Todos
rimos. A voz dele soou muito rude, mas o edu entendeu que era seu jeito de
elogiar.
- seu Geraldo. Prazer. Eduardo.
Ele fala com a voz um pouco mais grossa que o de costume e meu pai apenas assenti
com a cabeça.
- vamos coma rapaz o dia aqui é
cheio. Ele fala como se fosse faze-lo passar por alguma espécie de teste
rigoroso.
- pai, eu vou levar o edu pra
conhecer a cidade. Falo mostrando que entendi bem o motivo de sua afirmação.
-você vai ficar um pouco com sua
mãe, e eu vou levar o Eduardo para conhecer a fazenda e a cidade. Até agora o
edu esteve mudo, inerte, só mexe a cabeça de um lado ara o outro , observando a
expressão de cada um.
- tem razão seu Geraldo. Ele fala
com a voz firme, mas acaricia minhas mãos por baixo da mesa.
- então depois do café eu vou
celar um cavalo.
- pai o edu não sabe cavalgar.
- sua mãe já me falou um pouco
sobre ele min há filha. Estou certo que ele dá conta.
-então cela o ursinho pai. Falo
em tom de brincadeira
- Isa você quer me desmoralizar
na frente da sua família. Pode selar um bem valente seu Geraldo. Pela primeira
vez percebo ele a vontade com minha família, e nós todos tentamos conter o
riso.
Depois do café eu e mamãe ficamos
de pé na varanda observando o edu e o papai naquele duelo não declarado, os
dois contam suas aventuras, cada um de acordo com suas experiências de vida,
mas com certeza ambos muito corajosos. Cada um conta uma situação de perigo em
que se encontrou,e ao mesmo tempo que um quer parecer mais corajoso que o
outro, posso ver uma admiração mutua surgir entre eles. O Sr José chega
trazendo os cavalos , já celados, e o edu é informado de que vai no manhoso
mesmo, ele faz cara de que está revoltado em montar um cavalo tão manso, e meu
pai lhe explica que aquele cavalo é meu , e tem a minha personalidade.
Meu pai põe o pé direito no
arreio e monta, e o edu segue imitando-o, mas logo que monta o cavalo empina as
patas dianteiras e derruba-o no chão. Nós observamos e rimos. Meu pai olha pra
ele e comenta. – eu lhe avisei. Tem a personalidade dela. Ele ri e agora
percebo que o desafio ficou ainda maior para ele, pois ele logo monta novamente
e quando o cavalo vai fazer o mesmo movimento, ele se agarra a ele com uma mão,
enquanto faz carinho nele com a outra. Meu pai o olha com surpresa e indaga, ao
ver o cavalo domado.
– tem certeza que você nunca montou antes?
- não, mas conheço bem sua filha.
Ele fala feliz com seu próprio feito.
- então vamos. fala meu pai um
pouco incomodado com seu comentário.E os dois saem.
Nós ficamos ali na varanda
observando-os partirem, colocamos a conversa em dias, nem acredito em todas as
mudanças que aconteceram por aqui. Principalmente as mudanças na minha mãe ,
ela está mais bonita, mais inteligente, não que ela não fosse, mais agora está
mais atualizada, faz pesquisas na internet, descubro que ela não é mais apenas
esposa por profissão, está fazendo curso para tentar faculdade, faz pesquisas
na internet, e ajuda o papai na administração da fazenda. Ela me conta que o
papai também mudou muito, anda sempre tranquilo, rindo de tudo, imaginando tudo
que vai fazer quando tiverem os netos, e são tantos planos que eu nem sei se
quando tiver filhos vou deixar eles virem aqui, ela me conta que eles nunca
gostaram da cidade, mas que o interior está cada vez menos tranquilo, mas que
eles estão se adaptando bem as mudanças, comento que não o achei mudado, mas
ela me diz que ele estava fazendo cena pra testar o Edu, porque sempre detestou
aquele meu antigo namorado, mas que quando ela havia contado algumas coisas que
a Bia havia contado a ele, ele havia
dito.- esse caboclo é bom., não sei bem o que a Bia andou contando, mas fico
feliz que isso tenha sido o suficiente pra conquistar o seu Geraldo.
Já passam do meio dia, e da
janela da cozinha podemos ver que eles vem vindo, parecem que estão apostando
uma corrida, porque os cavalos vem em disparada. Depois entram na cozinha
discutindo sobre quem ganhou a corrida, enquanto nós rimos e cochichamos ,
sobre essa mania que os homens tem de estar sempre querendo saber quem é o
melhor.
- esperai seu Geraldo , vou pegar
uma coisa no quarto. Ele fala com a voz ofegante da corrida, e volta.
- não entreguei antes porque
estava meio ansioso. Ele fala estendendo um embrulho para o pai e outro para a
mãe.
- fiquei meio sem saber o que
comprar para a senhora, mas meu pai sempre disse que flores e chocolates nunca
erram. Ele fala com os olhos atentos a expressãodela.
- obrigado. Muito bom. Ela fala
mordiscando um bombom, e virando se para pegar um copo .
- dois querida. Fala o papai indicando que o edu irá beber
com ele.
- onde conseguiu essa edu?
- em uma viagem que fiz a minas
gerais. O edu responde certo de que acertou no presente, mas como não acertar
eu já havia falado da coleção de cachaça que ele possui, e que todos os dias
antes do almoço ele toma uma dose.
- muito boa. Acrescenta depois de
tomar uma e acrescenta. – vamos sua vez. O edu toma um gole cheio e faz uma
careta horrível, enquanto todos nós rimos.
- é forte. Fala edu com a voz de
quem está com o corpo em chamas.
- é bebida de homem .meu pai
acrescenta.
- posso? Pergunta o edu, ao pegar
a garrafa e se arriscar a mais uma dose., e meu pai só acenti com a cabeça,
admirado por edu não resistir a nem um desafio que ele proponha. Ainda que ele
não tenha anunciado que está havendo um duelo entre os dois. Ele toma sua dose,
dessa vez controlando mais sua careta.
- vá com calma rapaz. Diz ele
enquanto tira a garrafa das mão de edu, que inda a está segurando.- o presente
é meu, e não quero carrega-lo .
Nós apenas rimos, e eu ajudo
mamãe a servir o almoço, comemos , conversando e rindo, de tudo que eles nos
contam que fizeram pela manhã, papai conta que edu ainda caiu do cavalo, umas
duas vezes, enquanto tentava acompanha-lo na corrida, e que ele não entendi
nada de maquinário agrícola, mas que depois de algumas instruções , já estava
usando os tratores como se fossem brinquedos. Podemos ver que os dois
realmente, estão se entendendo muito bem. Quando o almoço termina, nos sentamos
na varanda, e conversamos um pouco, mas logo papai se lembra de alguma coisa
que quer muito mostrar para o edu, e eles saem.
Mamãe e eu conversamos um pouco
ainda e vamos até o centro, fazer umas comprinhas, eu não sabia que mamãe agora
fazia comprinhas, mas não a questiono, quando vou pegar meu carro ela diz que
vamos no dela, porquê ele anda melhor naquela região.
- No seu? Desde quando a senhora
dirige? Falo com voz de espanto.
- já faz dois anos que tirei a
carteira, mas como seu pai não confiava que eu dirigisse o carro dele, tive que
comprar um a três meses. Ela fala com orgulho.
Quando chegamos a garagem que ela
mandou construir nos fundos, mal posso acreditar que ela está dirigindo aquele
carro, é um 4x4, grande , desses que a gente vê muito em halis, e fico mais
espantada ainda , ao ver ela em disparada na estrada de terra, cortando caminho
sempre que pode, como se estivesse testando a potência da tração, bom ela não
corta caminho pelos melhores lugares, sempre pelos piores, onde tiver um buraco
grande, é por ali que ela vai. Enfim chegamos a área urbana da cidade, meu
coração fica feliz, e vai aquietando-se, não que eu ache que homens dirigem
melhor, mas mamãe realmente está muito aventureira, e eu não estava muito
segura. Ela percebe minha expressão de
alivio e comenta quando paramos e comenta
- estava com medo?
- tremendo. Tento parecer que
estou brincando.
- desde que comprei este carro
temos ido dia-sim e dia não apostar corrida com seu pai , pela estrada.
- como assim apostar corrida?
Falo extremamente surpresa com o que acabo de ouvir.
- quando vai chegando a tarde, e
vemos que não temos mais nada a fazer, que vocês não estão aqui, e a fazenda
fica num silêncio de nos entristecer, nós
nos olhamos , pegamos a chaves e saímos pela estrada, tentando
ultrapassar uma ao outro. É muito divertido, e assim temos assunto pra
conversar pelo resto da noite.
Eu apenas sorriu, não sei como
perdi tantas mudanças, meu pai certamente mudou, mas a mudança dela é realmente
inacreditável, nunca a vi assim tão confiante, penso que adistância dos filhos
serviu para fazê-los se aproximarem ainda mais.
- vamos , quero te mostrar uma
lojinha nova. Ela fala percebendo que eu estou perdida em meus pensamentos.
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