terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Capitulo 14 A volta da viagem

Vou ao trabalho toda empinada, na verdade fazendo força para não encolher os ombros, preciso parecer bem, preciso me sentir bem, o dia foi mais estressante hoje. Mas todos estão me olhando e sinto que estou arrasando. Ao cair da tarde , já estou quase não conseguindo interpretar mais esse papel d mulher fatal. Quando saiu do escritório ele está lá lindo, do outro lado da rua lindo. Sei que ele percebeu que eu o vi, mas estou com muita raiva, hoje quanto mais eu pensava no que eu tinha ouvido, mais certa eu ficava de que se tratava de uma namorada. Então eu continuo andando como se não o tivesse visto, ouço ele chamar meu nome, coloco os ombros a cima e continuo fingindo que não estou escutando. Estou dobrando a esquina, e não sei nem pra onde estou indo, so não queria ficar ali parada na frente dele. Nem ouvi-lo chamar meu nome. Quando percebo que já não há sinal de sua voz, meus ombos começam a encolher em sinal de que aquela situação não está me deixando feliz, e eu já não consigo atuar, mas ele chega encostando a moto a minha frente , subindo a calçada impedindo-me de dar mais um passo.
- Porque você está fingindo não me ouvir?
- eu amor? Falo olhando para outro lado.
- isa. Ele pronuncia meu nome e toca o meu rosto forçando-me a olhar pra ele.
- sim du meu amor diga.
- eu estava com tanta saudade
- estava du meu amor
Só agora ele conseguiu entender que eu estou ironizando a cerca do que eu ouvi ontem.
- isa, não e o que você está pensando.
- e o que eu estou pensando du meu amor?
- isa, ela é só uma amiga.
- e você quer que eu acredite du meu amor?
- na verdade ela é ex, mas isso não tem nada a ver.
- realmente nada a ver comigo. Agora por favor me deixe passar.
- isa , não seja boba, realmente é passado , passado mesmo.
- Eduardo eu quero passar.
- isa , sobe aqui eu quero ti levar a um lugar.
- Eu não quero ir a lugar nenhum.
- is eu não quero que o sol se ponha com a gente brigando, você pode me fazer o favor de subir.
Ele fala, não consigo compreender se trata-se de um pedido ou uma ordem. Num impulso subo , afinal as pessoas que passam já estão começando a nos olhar e rir. Ele me leva até sua casa. Pergunta a empregada onde está sua mãe, mas ela diz que saiu, nesse momento a Larissa parece na sala.
- Larissa, essa é Isa.
- isa que prazer inenarrável em conhece-la. Ela fala de um modo que é evidente que ela não costuma usar essa palavra, e é bastante sorridente.
-o prazer é meu. Falo meio sem jeito. Ele não poderia ter escolhido, um momento menos apropriado para me apresentar sua irmã.
- Larissa, a isa está com ciúmes da Lorena. Você poderia conversar com ela, enquanto eu tomo uma chuverada.
Estou vermelha , e irritada ao extremo. Quem disse que eu estou com ciúme dessa tal de Lorena. E quem éle pensa que é para expor meus sentimentos para sua irmã. Ela pode ser muito intima dele, mas eu nem a conheço. Nesse momento eu me imagino, jogando tudo que está a minha frente nele por me fazer passar por esse constrangimento. Ele beija a minha mão antes de sair e eu a puxo tentando deixar bem claro que eu não gostei nem um pouco dessa ideia.
- isa quer um vinho.
Faço sinal com a cabeça que sim, nesse momento tudo que eu mais quero é uma taça de vinho, na verdade dada a minha raiva e o meu constrangimento, acho que preferiria uma tequila.
- isa ele e a Lorena são apenas amigos.
- Larissa , me desculpe esse rompante do seu irmão, não  estou com ciúme dessa Lorena.  sem querer  nome dela soa com ar de nojo de minha boca.
- Eu sei que essa Lorena é apenas uma amiga. Ela fala sem conseguir controlar a risada.
- Larissa, nem você, nem ele precisam me dar explicações, eu e ele mal nos conhecemos , somos livres , e não precisamos nos explicar.
- é. Explicar realmente não precisa. Mas ele está tão apaixonado, que acho que faz questão de explicar. Ela fala agora o jeito um pouco mais séria do que antes.
- Eu não preciso que ele explique nada.
- Isa , desculpe, eu sei que fomos apresentadas agora, e eu não quero ser metida, mas acho que você deveria deixar eu lhe contar algumas coisas, porque o jeito que você fala "Lorena", deixa claro que você realmente está com ciúmes. Ela começa a frase bem séria, mas ao final está sorrindo.
- não é ciúme. Eu só não gosto de ser enganada.
- isa, posso garanti que eles realmente são só amigos, até quando eles namoravam, pareciam mais amigos que namorados, era sempre meio superficial. Talvez porque eles se conheçam desde criança, e nossas famílias sejam amigas, acho que eles só ficaram mais tempos juntos por hábito, depois eles mesmos perceberam que eram só amigos.
- Eu só fiquei me sentindo um pouco enganada, porque ele disse que ia viajar a negócios, e quando ele me ligou estava com ela. Você entende né? Eu me senti enganada. Achei que eles ainda fossem namorados.
- Não se preocupe com isso isa, ela fala segurando minhas mãos, ele deve ter encontrado com ela por acaso, eu nunca vi minha irmã assim tão feliz
- sua irmã?
- é uma brincadeira nossa. Ela ri e completa. No dia em que ele conheceu você, eu liguei pra ele. Ele disse que tinha se apaixonado e que tinha sido amor a primeira vista. Então achei o ponto de vista dele muito feminino e passei a chama-lo de irmã.
Ambas rimos e o Edu volta.
- vejo que vocês estão se dendo bem.
-estamos. Eu falo e em uníssono dizemos- irmã e voltamos a rir ainda mais.
- Vejo que a Larissa andou me difamando.
- agradeça a ela meu humor.
- obrigado meu irmão querido. Ele fala e eu logo entendo que ele está se vingando do irmã chamando-a de irmão.
- vou deixar vocês a sós e espero que você seja meu irmão nesse momento. Ela fala e ri sarcasticamente, e agora mais que nunca eu vejo a personalidade dela do jeito que ele descrevia.
- a propósito você esta linda. Ele fala enquanto se aproxima e me beija. Mas logo somos interrompidos
- cofcofcof
- mãe, eu não vi que você tinha chegado. Ele fala quase se desculpando pelo flagrante.
- e eu não quis interromper. Ficamos um breve período em silêncio. – então filho, vai me apresentar.
- ah sim desculpe. – mãe essa é Adalgisa.
- isa . corrijo.
- muito prazer. Heloisa.
- a isa vai ficar pra jantar. informa ele
- vou pedir para colocar mais um prato a mesa. A Larissa está em casa?.
- acho que está no quarto.
- então eu vou deixar vocês a sós.
Eu apenas sorriu e sua mãe sai, eu não entendo porque sempre que eu estou com alguém desconhecido eu fico sem conseguir pronunciar muitas palavras, na verdade isso não acontece com todos os desconhecidos. Será que eu parece mal educada? O edu me chama pra ir até o jardim, e eu me pergunto se esse romantismo que ele possui vem de sua criação, pois eu nunca tinha visto uma jardim assim. O gramado bem cuidado e aparado, um pequeno lago cheio de carpas, uma construção de madeira com bancos antigos de ferro pintado de branco. E duas pequenas estátuas, de cupidos posicionadas de frente para os bancos, o jardim é iluminado por quatro postes de madeira que cercam a construção de madeira, o que faz com que o lado de dentro da construção fique a meia luz.  Nos sentamos, e ele beija minhas mãos .
- Edu , esse jardim é lindo.
Ele apenas faz sinal que sim com a cabeça.
- agora eu entendo porque você é tão antagônico. Deve ter herdado a personalidade do pai, e o romantismo da mãe.
ele sorri.
- na verdade eu herdei o romantismo do meu pai e a personalidade da minha mãe.
- então você conseguiu me conquistar com conselhos de seu pai.
Ele sorri timidamente, então começa a me contar a história deles.
-Eles se conheceram na faculdade, os dois cursavam engenharia, naquela época , todas as mulheres faziam arquitetura, mas ela queria fazer engenharia. Eles eram da mesma turma, e eram 36 homens e apenas ela mulher. Ela começou firme. Cheia de personalidade, sem se importar com os comentários machistas dos outros alunos, mas haviam dias em que ele passava e ela estava sentada sozinha , no banco de uma praça que havia no campus. Um dia ele resolveu ir até lá e conversar com ela. Quando ele chegou ela estava com os olhos marejados, mas logo tentou esconder que estava chorando e começou a conversar como se nada tivesse acontecido. Então toda vez que ele a via sentada ali ele ia até lá e sentava ao lado dela. Depois três meses de conversas no banco da praça eles começaram a namorar, e quando casaram ele reconstruiu a praça aqui. Numa escala um pouco menor.
Quando ele termina seus olhos estão marejados.
- Então esse é o lugar preferido deles dois?
- já foi. Ele silência alguns segundos e completa. – Desde que o papai morreu , ela não vem aqui.
- edu, me desculpe , eu não sábia.
Nesse momento a Larissa chega a porta e grita.
- Edu ,isa, o jantar está servido.
- vamos. Ele fala pegando-me pelas mãos como se o assunto de agora a pouco já não tivesse importância.
Estamos a mesa e a Larissa não para de contar as aventuras do edu. Acho que tudo que envolve adrenalina ela diz que ele já fez, patins, skate , surf , Wind suf, motocross, para- quedas, asa delta , rapel, todos rimos muito.
- então edu, será que a isa vai ter coragem de te acompanhar nas suas loucuras? Pergunta a Larissa.
- Espero que você tenha mais juízo que ele minha filha. Diz sua mãe.
- talvez não mãe. Ele fala e todos riem.
- como assim? Eu nunca fiz metade das coisas que você fez.
- é mais lá no pico alto você não teve medo nenhum.
Fico vermelha , parece que ele está contando para sua família o que nós fizemos lá.
- e até onde ela foi? Pergunta a Larissa, e a ambiguidade da pergunta me deixa inda mais envergonhada.
- até a pedra onde eu fico.
- não. Acredito. Diz sua mãe.- agora vou ter duas preocupações. E todos riem novamente , como se aquilo fosse uma boa piada.
- é edu, você agora encontrou sua alma gêmea.
- não sei não Larissa, achoque eu passo o para quedas.

O jantar termina, continuamos, conversando na sala, a família dele é realmente muito divertida. Sua mãe me convida pra ficar para dormir, tento inventar uma desculpa mas ela consegui encontrar uma saída para tudo que eu invento e eu acabo ficando. Ele me leva até o seu quarto, que até agora eu não conhecia, na parede em um mural com todas as fotos que comprovam as histórias que a Larissa havia contado. É um quarto pequeno simples, e tem apenas uma cama de solteiro, o que me deixa bem aliviada, sinal que depois de muito tempo de namoro com a tal de Lorena, ela não devia ter o costume de ficar pra dormir.

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