Capitulo 14 A volta da viagem
Vou ao trabalho toda empinada, na
verdade fazendo força para não encolher os ombros, preciso parecer bem, preciso
me sentir bem, o dia foi mais estressante hoje. Mas todos estão me olhando e
sinto que estou arrasando. Ao cair da tarde , já estou quase não conseguindo
interpretar mais esse papel d mulher fatal. Quando saiu do escritório ele está
lá lindo, do outro lado da rua lindo. Sei que ele percebeu que eu o vi, mas
estou com muita raiva, hoje quanto mais eu pensava no que eu tinha ouvido, mais
certa eu ficava de que se tratava de uma namorada. Então eu continuo andando
como se não o tivesse visto, ouço ele chamar meu nome, coloco os ombros a cima
e continuo fingindo que não estou escutando. Estou dobrando a esquina, e não
sei nem pra onde estou indo, so não queria ficar ali parada na frente dele. Nem
ouvi-lo chamar meu nome. Quando percebo que já não há sinal de sua voz, meus
ombos começam a encolher em sinal de que aquela situação não está me deixando
feliz, e eu já não consigo atuar, mas ele chega encostando a moto a minha
frente , subindo a calçada impedindo-me de dar mais um passo.
- Porque você está fingindo não
me ouvir?
- eu amor? Falo olhando para outro
lado.
- isa. Ele pronuncia meu nome e
toca o meu rosto forçando-me a olhar pra ele.
- sim du meu amor diga.
- eu estava com tanta saudade
- estava du meu amor
Só agora ele conseguiu entender
que eu estou ironizando a cerca do que eu ouvi ontem.
- isa, não e o que você está
pensando.
- e o que eu estou pensando du
meu amor?
- isa, ela é só uma amiga.
- e você quer que eu acredite du
meu amor?
- na verdade ela é ex, mas isso
não tem nada a ver.
- realmente nada a ver comigo.
Agora por favor me deixe passar.
- isa , não seja boba, realmente
é passado , passado mesmo.
- Eduardo eu quero passar.
- isa , sobe aqui eu quero ti
levar a um lugar.
- Eu não quero ir a lugar nenhum.
- is eu não quero que o sol se
ponha com a gente brigando, você pode me fazer o favor de subir.
Ele fala, não consigo compreender
se trata-se de um pedido ou uma ordem. Num impulso subo , afinal as pessoas que
passam já estão começando a nos olhar e rir. Ele me leva até sua casa. Pergunta a
empregada onde está sua mãe, mas ela diz que saiu, nesse momento a Larissa
parece na sala.
- Larissa, essa é Isa.
- isa que prazer inenarrável em
conhece-la. Ela fala de um modo que é evidente que ela não costuma usar essa
palavra, e é bastante sorridente.
-o prazer é meu. Falo meio sem
jeito. Ele não poderia ter escolhido, um momento menos apropriado para me
apresentar sua irmã.
- Larissa, a isa está com ciúmes
da Lorena. Você poderia conversar com ela, enquanto eu tomo uma chuverada.
Estou vermelha , e irritada ao
extremo. Quem disse que eu estou com ciúme dessa tal de Lorena. E quem éle
pensa que é para expor meus sentimentos para sua irmã. Ela pode ser muito
intima dele, mas eu nem a conheço. Nesse momento eu me imagino, jogando tudo
que está a minha frente nele por me fazer passar por esse constrangimento. Ele
beija a minha mão antes de sair e eu a puxo tentando deixar bem claro que eu não
gostei nem um pouco dessa ideia.
- isa quer um vinho.
Faço sinal com a cabeça que sim,
nesse momento tudo que eu mais quero é uma taça de vinho, na verdade dada a
minha raiva e o meu constrangimento, acho que preferiria uma tequila.
- isa ele e a Lorena são apenas
amigos.
- Larissa , me desculpe esse
rompante do seu irmão, não estou com
ciúme dessa Lorena. sem querer nome dela soa com ar de nojo de minha boca.
- Eu sei que essa Lorena é apenas
uma amiga. Ela fala sem conseguir controlar a risada.
- Larissa, nem você, nem ele
precisam me dar explicações, eu e ele mal nos conhecemos , somos livres , e não
precisamos nos explicar.
- é. Explicar realmente não
precisa. Mas ele está tão apaixonado, que acho que faz questão de explicar. Ela
fala agora o jeito um pouco mais séria do que antes.
- Eu não preciso que ele explique
nada.
- Isa , desculpe, eu sei que
fomos apresentadas agora, e eu não quero ser metida, mas acho que você deveria
deixar eu lhe contar algumas coisas, porque o jeito que você fala "Lorena", deixa
claro que você realmente está com ciúmes. Ela começa a frase bem séria, mas ao
final está sorrindo.
- não é ciúme. Eu só não gosto de
ser enganada.
- isa, posso garanti que eles
realmente são só amigos, até quando eles namoravam, pareciam mais amigos que
namorados, era sempre meio superficial. Talvez porque eles se conheçam desde
criança, e nossas famílias sejam amigas, acho que eles só ficaram mais tempos juntos
por hábito, depois eles mesmos perceberam que eram só amigos.
- Eu só fiquei me sentindo um
pouco enganada, porque ele disse que ia viajar a negócios, e quando ele me ligou
estava com ela. Você entende né? Eu me senti enganada. Achei que eles ainda fossem
namorados.
- Não se preocupe com isso isa,
ela fala segurando minhas mãos, ele deve ter encontrado com ela por acaso, eu
nunca vi minha irmã assim tão feliz
- sua irmã?
- é uma brincadeira nossa. Ela ri
e completa. No dia em que ele conheceu você, eu liguei pra ele. Ele disse que
tinha se apaixonado e que tinha sido amor a primeira vista. Então achei o ponto
de vista dele muito feminino e passei a chama-lo de irmã.
Ambas rimos e o Edu volta.
- vejo que vocês estão se dendo
bem.
-estamos. Eu falo e em uníssono
dizemos- irmã e voltamos a rir ainda mais.
- Vejo que a Larissa andou me
difamando.
- agradeça a ela meu humor.
- obrigado meu irmão querido. Ele
fala e eu logo entendo que ele está se vingando do irmã chamando-a de irmão.
- vou deixar vocês a sós e espero
que você seja meu irmão nesse momento. Ela fala e ri sarcasticamente, e agora
mais que nunca eu vejo a personalidade dela do jeito que ele descrevia.
- a propósito você esta linda.
Ele fala enquanto se aproxima e me beija. Mas logo somos interrompidos
- cofcofcof
- mãe, eu não vi que você tinha
chegado. Ele fala quase se desculpando pelo flagrante.
- e eu não quis interromper.
Ficamos um breve período em silêncio. – então filho, vai me apresentar.
- ah sim desculpe. – mãe essa é
Adalgisa.
- isa . corrijo.
- muito prazer. Heloisa.
- a isa vai ficar pra jantar. informa ele
- vou pedir para colocar mais um
prato a mesa. A Larissa está em casa?.
- acho que está no quarto.
- então eu vou deixar vocês a
sós.
Eu apenas sorriu e sua mãe sai,
eu não entendo porque sempre que eu estou com alguém desconhecido eu fico sem
conseguir pronunciar muitas palavras, na verdade isso não acontece com todos os
desconhecidos. Será que eu parece mal educada? O edu me chama pra ir até o
jardim, e eu me pergunto se esse romantismo que ele possui vem de sua criação,
pois eu nunca tinha visto uma jardim assim. O gramado bem cuidado e aparado, um
pequeno lago cheio de carpas, uma construção de madeira com bancos antigos de
ferro pintado de branco. E duas pequenas estátuas, de cupidos posicionadas de
frente para os bancos, o jardim é iluminado por quatro postes de madeira que
cercam a construção de madeira, o que faz com que o lado de dentro da
construção fique a meia luz. Nos
sentamos, e ele beija minhas mãos .
- Edu , esse jardim é lindo.
Ele apenas faz sinal que sim com
a cabeça.
- agora eu entendo porque você é
tão antagônico. Deve ter herdado a personalidade do pai, e o romantismo da mãe.
ele sorri.
- na verdade eu herdei o
romantismo do meu pai e a personalidade da minha mãe.
- então você conseguiu me
conquistar com conselhos de seu pai.
Ele sorri timidamente, então
começa a me contar a história deles.
-Eles se conheceram na faculdade,
os dois cursavam engenharia, naquela época , todas as mulheres faziam
arquitetura, mas ela queria fazer engenharia. Eles eram da mesma turma, e eram
36 homens e apenas ela mulher. Ela começou firme. Cheia de personalidade, sem
se importar com os comentários machistas dos outros alunos, mas haviam dias em
que ele passava e ela estava sentada sozinha , no banco de uma praça que havia
no campus. Um dia ele resolveu ir até lá e conversar com ela. Quando ele chegou
ela estava com os olhos marejados, mas logo tentou esconder que estava chorando
e começou a conversar como se nada tivesse acontecido. Então toda vez que ele a
via sentada ali ele ia até lá e sentava ao lado dela. Depois três meses de
conversas no banco da praça eles começaram a namorar, e quando casaram ele
reconstruiu a praça aqui. Numa escala um pouco menor.
Quando ele termina seus olhos
estão marejados.
- Então esse é o lugar preferido
deles dois?
- já foi. Ele silência alguns
segundos e completa. – Desde que o papai morreu , ela não vem aqui.
- edu, me desculpe , eu não
sábia.
Nesse momento a Larissa chega a
porta e grita.
- Edu ,isa, o jantar está servido.
- vamos. Ele fala pegando-me
pelas mãos como se o assunto de agora a pouco já não tivesse importância.
Estamos a mesa e a Larissa não
para de contar as aventuras do edu. Acho que tudo que envolve adrenalina ela
diz que ele já fez, patins, skate , surf , Wind suf, motocross, para- quedas,
asa delta , rapel, todos rimos muito.
- então edu, será que a isa vai
ter coragem de te acompanhar nas suas loucuras? Pergunta a Larissa.
- Espero que você tenha mais
juízo que ele minha filha. Diz sua mãe.
- talvez não mãe. Ele fala e
todos riem.
- como assim? Eu nunca fiz metade
das coisas que você fez.
- é mais lá no pico alto você não
teve medo nenhum.
Fico vermelha , parece que ele
está contando para sua família o que nós fizemos lá.
- e até onde ela foi? Pergunta a
Larissa, e a ambiguidade da pergunta me deixa inda mais envergonhada.
- até a pedra onde eu fico.
- não. Acredito. Diz sua mãe.-
agora vou ter duas preocupações. E todos riem novamente , como se aquilo fosse
uma boa piada.
- é edu, você agora encontrou sua
alma gêmea.
- não sei não Larissa, achoque eu
passo o para quedas.
O jantar termina, continuamos,
conversando na sala, a família dele é realmente muito divertida. Sua mãe me
convida pra ficar para dormir, tento inventar uma desculpa mas ela consegui
encontrar uma saída para tudo que eu invento e eu acabo ficando. Ele me leva
até o seu quarto, que até agora eu não conhecia, na parede em um mural com
todas as fotos que comprovam as histórias que a Larissa havia contado. É um
quarto pequeno simples, e tem apenas uma cama de solteiro, o que me deixa bem
aliviada, sinal que depois de muito tempo de namoro com a tal de Lorena, ela não
devia ter o costume de ficar pra dormir.
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