terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

capitulo 8 A ligação

   Chegamos ao hotel, e nos despedimos com mais um longo beijo. Ele diz que tem um compromisso à noite, mas, quer me ver amanhã. Eu dou mais um beijo, e saio. Arrependo-me alguns instantes, depois volto para lhe encontrar, e quem sabe lhe dar mais um beijo e dizer como eu adorei tê-lo conhecido. Ele está de costas, próximo ao lago, quando eu chego mais perto o escuto falando ao celular, me aproximo silenciosamente esperando surpreendê-lo, mas eu fui surpreendida.
- É, conheci uma garota e fui levá-la pra conhecer o pico.
- Acho que sim... Foi de primeira!
- Uma mulher deve no mínimo se respeitar!
Já ouvi o suficiente! Não quero mais ouvir isso, como eu fui uma estúpida. Mas também, o que você queria? Se entregar para um desconhecido. Ai que vergonha, e agora o que eu vou fazer. Bia e Lê não estão no quarto, ligo para as duas tentando conter as lágrimas.
- Onde vocês estão?
- Estamos do bar da Heineken. – Diz elas.
- Eu preciso ir embora
- Porque, o que aconteceu? Tá com algum problema em casa?
- Não, está tudo bem.
-Eu só preciso ir embora.
- Você está chorando?
- Não, eu só quero ir embora!
- O Eduardo fez alguma coisa?
- Não, eu quero ir embora.
- Isa calma, a gente chega ai em 20 minutos.
Arrumo minhas malas e não consigo conter as lágrimas, como eu pude ser tão idiota, acreditar naquela história de amor à primeira vista, me entregar, como eu fui estúpida! Nesse instante elas chegam.
- Meu Deus Isa, o que foi?
- Você está chorando!
- O que foi que aquele cretino fez com você?
- Ele te forçou alguma coisa?
Quando ouço essa frase choro ainda mais, e a Bia pega meus braços, me levanta, me examina, afim de, procurar algum vestígio de violência.
- Fala o que houve?
Tento conter as lágrimas
- Nada. Não foi nada, ele não forçou nada. Eu só quero ir pra casa.
Elas ficam meio que sem entender, mas, resolvem voltar comigo. No carro as duas não param de me indagar sobre o que houve, enquanto eu só quero esquecer o que houve.
- Chega!!! Grito. Eu não quero falar disso! Eu só quero ir pra casa e ponto final!
- Mas por quê?
- Elena você poderia, por favor, respeitar o meu direito de não querer falar.
Elena percebe que eu estou realmente irritada e decide continuar a viagem em silêncio, que só é rompido tempos depois. Dessa vez a conversa toma outros rumos, como se realmente elas estivessem tentando, não me importunar, e eu continuo a viagem com a cabeça encostada na janela traseira do carro, de olhos fechados, fingindo dormir. Ao chegar em casa, me despeço rapidamente e entro. A primeira coisa que faço é entrar no chuveiro, a água produz em mim um efeito calmante, praticamente como se ela pudesse lavar não só meu corpo, mas também minha alma! Revivo tudo que aconteceu, e me odeio por tudo que eu fiz! Ponho um short de dormir e uma blusa, olho para o sutiã que me faz lembrar tudo o que senti, do desejo que percorreu por todo meu corpo... Relembro cada momento, cada felicidade e cada tristeza que vivi, eu realmente me senti plena, mas, agora, sinto-me realmente com uma vadia. Bia liga para saber se eu quero conversar sobre o que houve.
- Isa?
- Oi bia.
-Desculpe eu estar me intrometendo de novo. Sei que você disse que não queria conversar, mas, estou preocupada!
- Bia, não foi nada, só uma idiotice minha.
- Ele te forçou a alguma coisa?
No momento em que ela fala, tento conter as lágrimas que insistem em aparecer sempre que me lembro de como me iludi.
- Não, não é isso. Talvez eu não estivesse me sentindo uma idiota se ele tivesse forçado.
- Vocês transaram? - Ela pergunta com voz de espanto.
- Sim... (Paro por um instante e completo) – Por isso que eu estou me sentindo uma idiota!
- Porque foi ruim?
- Não, na verdade eu gostei, mas é que... (Elena não me deixa terminar a frase)
- Então pare de besteira Isa, vocês são dois adultos livres e desimpedidos, e nós já estamos no século XXI sabia? Hoje em dia, uma mulher tem o direito de sentir desejo! - Ela fala e ri ao final de sua interpretação.
- Mas, é que o ouvi falar ao telefone depois, que isso não era coisa de uma mulher de respeito, se entregar a primeira vez sabe, enfim...
- Isa, se ele disse isso o idiota é ele! Se ele acha isso, porque ele também quis? Ele é um idiota, esqueça isso, o importante é que vocês gozaram e estavam ambos protegidos não é?
- Estávamos, mas o fato de ele ter levado camisinha me deixa mais ciente de que ele me levou pra lá, apenas para isso e eu me sinto mais idiota!
- Deixa disso menina, vá ter uma boa noite de sono que amanhã você acorda bem melhor!
Não sei que horas eu vou conseguir dormir! O telefone está tocando! Não, é a campainha! Quem é tão cedo? Ai meu deus já se passaram das dez da manhã! Levanto-me zonza de sono.
- Quem é?
-Sou eu Isa, a Bia!
Abro a porta, ela entra e senta-se no sofá e logo começa a interrogação!
- Melhor?
- Sim bia, 2% melhor.
- Você é uma boba sabia? Nunca imaginei que a mulher mais feminista do mundo, toda segura e auto suficiente fosse ficar tão insegura por causa de uma trepada gostosa com um idiota qualquer! Ela ri e completa: E um idiota lindo de morrer!
- Eu nunca pensei em ver uma médica de respeito usando esse palavreado. - Falo sorrindo.
- Vejo que esse tipo de palavreado faz você melhorar. – Diz Bia.
- 3%

Brinco, e a campainha mais uma vez soa!

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