domingo, 2 de fevereiro de 2014

capitulo 6 Uma ajudinha das amigas

- Vai fazer o que hoje no fim da tarde?
- Não programamos nada ainda.
- Você já conheceu o pico alto? – Pergunta ele.
- Não.
- É um lugar lindo! Nós podíamos ir ver o pôr do sol.
- Pode ser. Tenho que ver se as Meninas concordam.
Já estamos na propriedade do hotel, mas continuamos conversando, agora pelo menos eu já estou mais relaxada, sei pra onde correr em caso de emergência.
- Na verdade eu tinha pensado em ir de moto.
 - Nós vamos seguindo você no carro então.
Não sei por que eu estou falando isso, na verdade acho que é o hábito feminino de ter que parecer difícil, por que no fundo eu estou louca pra dizer que vou; que vamos juntinhos, que eu queria que ele tivesse me beijado, mais uma vez sinto suas mãos tocarem as minhas.
- Diga a elas que o lugar é lindo, vejo vocês às 16h!
Ele me dá um beijo no rosto e sai. Eu, mal consigo dizer um tchau, embora ache que depois de tê-lo chamado de maníaco, bandido e bad boy, isso seja bobagem. Volto ao quarto, Elena e Bia não estão, resolvo tomar um banho rápido antes de procurá-las. Estou me vestindo e recapitulando esta manhã, na verdade estou me derretendo de emoção com os acontecimentos. E devo confessar, também, que estou com a minha imaginação muito aguçada. Ligo pra bia.
- Bia?
- Oi Isa, tava preocupada.
- Cheguei agora. Onde vocês estão?
- Estamos no restaurante. Vem pra cá.
- Tá bom, chego num instante, beijo.
- Beijo.
Chegando ao restaurante
- Isa, eu estava preocupada.
- E eu, morrendo de medo Bia.
- E como foi seu resgate? – Pergunta Bia.
- Se soubesse quem voltaria eu mesmo teria me perdido. – Comenta Lelê
O quê? Porque que a lê tem que ser assim, ontem mesmo ela tava lá falando do fim-divórcio, do seu “namoro-casamento”, quase chorando, e mesmo assim ela não parou de dar em cima dos rapazes da mesa vizinha, agora, fica se jogando em cima do Eduardo descaradamente, será que ela faz isso por que se interessou realmente ou é pra me irritar.
- Eu estava com medo sabia? - Falo dirigindo-me a ela.
- Mas e quando o herói do resgate chegou... Passou o medo né? – Pergunta Lelê.
- Não! Não passou. Aliás, como é que vocês deixam um desconhecido ir me buscar sozinho?
Elas se entreolham por um instante, e a tagarela continua.
- E quem mais iria lhe buscar? A comitiva? Todo mundo junto, e correr o risco de todos se perderem e passarmos o resto do fim de semana procurando um ao outro.
Elas riem, eu particularmente não achei engraçado.
- Josué, o guia, ele podia ter ido me buscar. - Falo em tom de raiva
- Isa, jamais imaginei que você fosse achar ruim ser resgatada por aquele gato. A não ser que...
Ela não completa a frase.
- A não ser que o quê bia?
- A não ser que ele tenha mexido com você.
- o quê? Não! - Falo com um tom ríspido.
- Mexeu..., mexeu sim.
Diz a Lêle repetidamente, como quem fala de uma criança que mexeu num bolo proibido e foi pega em flagrante.
- Não mexeu, já falei que não! Eu só o achei meio metido, e estava realmente com medo, eu não o conheço. Ele poderia ser um bandido sabia Elena?
- Ah! Sim, vou pedir uma ficha criminal da próxima vez que um homem lindo quiser resgatar a donzela perdida.
- Não precisa, ele disse que vai me entregar.
- O quê? Eu não acredito que você fez isso.
- Você realmente pediu uma ficha criminal pro deus grego?
Todas riem, como se de repente eu tivesse me tornado a mulher mais tonta do mundo.
- Não, não pedi. Mas ele notou que eu estava com vergonha e ofereceu a ficha. - Digo como quem está com vergonha. E mais risos surgem.
- Sim tem mais uma coisa?
- O quê? - Elas perguntam juntas.
- Ele chamou a gente pra conhecer o tal de pico alto, disse que e lindo! Marcou ás quatro da tarde.
- Chamou?
Faço que sim com a cabeça, e nós continuamos a conversar milhares de assuntos diferentes, agora estou mais a vontade, sei que elas vão ao passeio e isso me deixa intrigantemente confortável, acho que eu não suportaria ficar a sós com ele de novo. Existe alguma coisa nesse homem que me deixa sem saber como agir! Geralmente eu sou muito auto-suficiente, desinibida e determinada, mas, agora, não sei como agir; sinto-me envergonhada até pelo simples fato de ele me olhar, é com se eu achasse que a qualquer momento ele fosse ler meus pensamentos e descobrir o efeito que tem sobre mim. Há muito tempo eu não me sentia assim, desconfortável.
   As horas passam e nós retornamos ao quarto apenas para acrescentar um casaquinho no look e fazer uma maquiagem discreta, afinal pra quem mora em lugar de bastante calor, o frio é suficiente para deixar a pele mais bonita. A Lê e a bia estão aos cochichos, e isso está começando a me incomodar.
- As duas mocinhas poderiam me incluir na conversa?
Elas riem
- Não é nada.
E continuam rindo
- Então eu quero saber o que é nada.
Elas riem um pouco mais e respondem
- Estávamos lembrando o dia em que a Bia se formou.
Ao que eu caio na gargalhada, realmente esse dia foi inesquecível. Nós três bebemos além da conta. Dançamos como se não houvesse mais ninguém e o Guto teve uma crise de ciúmes daquelas, ao ver a Elena rebolando e atraindo os olhares de todos na festa. Foi muito engraçado só quem estava presente naquele dia sabe por que até hoje nós rimos ao lembrar.
Saímos do quarto e caminhamos em direção ao estacionamento para nos encontrarmos com Eduardo e seguirmos. Ao vê-lo parado encostado na moto, nos esperando, agora trajando uma simples bermuda, que eu poderia dizer que era mais apropriada para dias de praia, e uma camisa de malha branca, que cola em seu corpo cada vez que o vento insiste em soprar mais forte, meu coração acelera e aquela sensação que ele me desperta desde o primeiro encontro ressurgi ainda mais forte. Elena e Bia o cumprimentam e eu sinto me forçada a dirigir lhe um oi tímido. Tenho a impressão que nós vamos sair tranquilamente para o nosso destino, quando Elena fala:
- Eduardo, eu gostaria muito de conhecer este pico do qual você fala, mas, soube que uma amiga que há muito tempo não vejo está na cidade e nós marcamos de nos encontrar.
Ele abre um leve sorriso com o canto da boca, e olha a bia, como quem questiona se ela também irá desistir. Enquanto isso, eu a encaro com os olhos de quem suplica socorro. Diga que vai. Diga que vai.
- Eu também sinto muito não poder acompanhar vocês, tenho dormido pouco ultimamente e estou muito cansada! Se vocês não se incomodarem eu queria ficar e dormir um pouco.
Nesse momento Elena encosta-se a meu ouvido e sussurra:
- Este é seu presente de aniversário.
Fico muda, mas tenho certeza que a expressão do meu olhar diz tudo! Aquilo não vai ficar assim, preciso encontrar um meio de fugir e penso no que vou dizer pra fugir. Embora eu me sinta imensamente atraída por ele, não quero ficar só. Não quero ficar só com ele, ao mesmo tempo em que tudo que eu desejo é estar com ele, e como poderia não querer. Ele é lindo, e qualquer garota sensata e com dois olhos enxergando perfeitamente iria gostar de estar com ele, nem que fosse para admirá-lo.
- Então eu vou com Elena! Desculpe Eduardo, mais fica pra próxima.
- Não Isa eu insisto, vá com ele! Você disse que estava louca para dar um passeio nessa moto. – Diz Elena.
A cretina ainda ri do que aprontou.  Como ela pode inventar uma mentira dessas, eu não falei nada, e agora estou mais vermelha do que nunca.
- Então vamos Isa?
O que fazer agora? Fugir seria mais vergonhoso ainda, faço um sinal com a cabeça assentindo e me despeço de minhas amigas, abraçando as duas de uma vez só. E cochicho.
- Vai ter volta.

Elas riem, e enquanto isso ele já esta na moto, e me estende a mão para ajudar a subir. Subo e coloco o capacete, ajeito-me meio desajeitada, como se fosse à primeira vez que eu subisse em uma moto, bem pelo menos em uma moto dessas é. Não sei o que fazer, onde me segurar? Não quero parecer boba segurando-o como se estivesse me oferecendo, ao mesmo tempo eu também não quero que pareça que estou com medo de tocá-lo. Ele dá partida rumo à estrada, e enquanto a moto ganha velocidade, vou me tranquilizando, embora a estrada seja repleta de abismos, não sinto medo, sinto uma mistura de adrenalina e felicidade ao sentir  vento forte pelo corpo. Ele retira uma mão e segura com delicadeza a minha me puxando mais pra junto de si. Eu não fujo. Na verdade estou adorando estar sentido o meu corpo no seu, e o cheiro dele é tão suave que só agora pude sentir, é um cheiro suave, porém muito agradável, um perfume desses que a gente sabe que é cheiro de homem, não reconheço a essência, mais poderia dizer que ao senti-la, sinto um cheiro que tem personalidade.

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