capitulo 7 O Por do sol
O percurso não é longo, mas um
tanto quanto íngreme! E ao passar por curvas mais sinuosas, e abismos ainda
mais altos, sem que nem mesmo eu perceba, estou agarrada a ele; minhas duas
mãos o enroscam e minha cabeça está recostada em suas costas, como se nós nos conhecêssemos
há muito tempo e ele fosse capaz de livrar-me de qualquer perigo que pudesse
por ventura aparecer. Chegamos ao alto e quando ele desliga o motor fico sem
entender, o lugar não parece tão especial, sei que subimos muito, mas tudo que
vejo é uma espécie de central elétrica instalada no alto da serra. Ele segura
meu braço enquanto eu desço, e eu ainda não sou capaz de começar uma conversa.
- Por aqui, (Fala ele segurando
com cuidado minhas mãos.) - Esse é o lugar mais lindo que eu já vi.
Não sei o que há de lindo no
lugar, mas, vou seguindo. Depois de dar a volta entorno da construção, fico
maravilhada; acho que minha boca está aberta com a beleza do lugar! Esse deve
ser o ponto mais alto da cidade, de forma que de um lado vemos a pequena cidade
a baixo, à frente, logo onde meus olhos não podem desviar, é o que mais me
encanta! Existem diversos pequenos lagos cercados de uma grama verde, e no rumo
do horizonte tem cidades bem distantes que é difícil separar onde começa uma e
termina a outra. De repente, é como se eu tivesse chegado a um lugar onde eu
pudesse ver o mundo. A cidade já é cheia de encantos, quando se olha de perto
as cachoeiras, os rios, o verde, e a sensação de tudo isso visto de longe, do
alto, é ainda mais preciosa, sinto que eu poderia tudo.
- Lindo não?
- Mágico.
- Mágico, nunca tinha pensado em
descrever assim, é realmente mágico!
- Obrigado por me trazer aqui. Já
valeu toda a viagem.
- Você disse que foi seu
aniversário então esse é o seu presente. E sorri.
- O melhor que já ganhei em
muitos anos. Sorriu também.
- Você tem medo de altura?
- Acho que não. Talvez até eu
goste.
- Eu sempre gosto de ficar
sentado ali e ver o por do sol.
Ele fala apontando para um lugar um pouco
mais distante. Uma pedra que fica um pouco mais longe de qualquer construção
feita pelos homens, e pelo o que eu observo de longe, o caminho é um tanto
perigoso! Acho que durante uns dois metros de caminhada passamos por uma
passagem que deve ter apenas uns 50 centímetros de largura. Sem pensar no
perigo, e apenas encantada com o lugar, eu tomo a iniciativa de pegar sua mão
como se consentindo e esperando que ele me guie pelo caminho. Ele me põe à
frente dele e com uma das mãos Ele segura a minha, enquanto que com a outra ele
toca minha cintura, mas não de uma maneira invasiva, é um toque delicado como
quem diz inconscientemente que vai me proteger. Chegamos à pedra, e nada mais
posso fazer a não ser sentar e contemplar a vista. O sol já está começando a
dar sinais de que vai partir e o céu possui uma cor alaranjada que não me
permite saber se ele jamais havia estado daquele jeito ou se eu nunca havia
reparado.
- Esse é o lugar pra onde venho
quando preciso pensar.
- Será o lugar aonde virei
também.
Contemos o riso, e ele se
aproxima.
- Adorei suas amigas não terem
vindo.
Tento não parecer nervosa e ele
se aproxima um pouco mais. Não posso me mexer, embora depois da caminhada
insegura e a pedra sobre ao qual estamos seja grande, o precipício na minha
frente me faz temer movimentos bruscos, se não, eu fugiria diante da minha
falta repentina de palavras.
- Você acredita em amor a
primeira vista? - Pergunta ele em voz baixa.
Eu quase entalo com mais essa
pergunta descabida, em se tratando de perguntas descabidas, ele deve ser
especialista. E o que sai é uma resposta em tom seco.
- Não!
E ele logo emenda.
- Eu também não. Mas estou
começando a pensar no assunto.
- Deve ser a altura.
Ele ri e completa
- Amor é uma palavra muito forte,
mas, desde que cheguei ao hotel e vi você parada abraçando-se, tentando se
aquecer, tão distante, absorta em seus pensamentos, como se estivesse alheia ao
mundo à sua volta...
Como já é de costume, apenas
permaneço em meu silêncio escutando as palavras que saem de sua boca; mas
percebo que a cada frase, e a cada silêncio meu, ele se afasta um pouco mais de
forma que estamos quase um ao lado do outro.
- Desde aquele momento eu sinto
uma vontade imensa de...
Ele interrompe no meio da frase e
toca meu rosto, não sei se pálido dessa vez ou ainda corado, mas ele toca e vai
se aproximando lentamente, até que sua boca encosta no canto dos meus lábios, e
lentamente escorrega para mais junto, eu correspondo e sua língua se enrosca na
minha, enquanto suas mãos deslizam pelas minhas orelhas de forma que parte
delas estão pousadas em minhas orelhas e seus dedos afagam o começo de minha
nuca. Agora eu já não consigo fugir dali.
Meus pensamentos voam, hora imaginando
a loucura de tudo aquilo e hora entregue aquele beijo delicioso que há muito
tempo não sentia. Onde estavam escondidos todos os beijos perfeitos até agora?
Não sei quanto tempo se passa, sem que paremos o nosso beijo, em outras
ocasiões eu estaria sufocada e enjoada querendo parar, só que ele tem um beijo
tão perfeito, e parece adivinhar à hora certa para me fazer querer ainda mais,
pois sempre que eu estou prestes a acabar aquele momento, ele dá um leve
suspiro em minha boca tirando momentaneamente a língua de minha boca e chupando
meus lábios de maneira que não posso dizer se me deixa apaixonada ou excitada.
Por fim, ficamos parados por um
período de tempo olhando um nos olhos do outro como quem tenta assimilar o que
acabou de acontecer, ele rompe o silêncio e conversamos um pouco sobre a vida,
a natureza, a sensação de liberdade do lugar, a adrenalina da viagem de moto.
Ele me puxa para entre suas pernas, de forma que estamos sentados, abraçados e
contemplando a vista, mais uma vez sua respiração está em meu pescoço, e ele dá
beijos tímidos, que me fazem tentar disfarçar o arrepio que sobe pelo corpo.
Entre uma conversa e outra ele repete o mesmo beijo no pescoço e sentir sua
respiração já está me tirando o raciocínio lógico. Agora, já não importa se o
conheci hoje, ontem ou há dez anos! Estou completamente enfeitiçada, pela
paisagem e por ele.
Sem meus sentidos, eu me viro para
o lado; fora que eu fico em seus braços quase que como um bebê, e dessa vez eu
tomo a iniciativa de beijá-lo, e como eu bem pensava é um beijo saciante,
realmente é o beijo beijado com a intensidade de quem beija pela última vez, e
enquanto nos entregamos um à boca do outro, sua mão afaga minha cintura,
enquanto a outra se enrosca em carícias, pela minha nuca e minha orelha, sinto
sua mão cada vez mais subir acima de minha cintura, mas agora estou entregue de
mais pra parar! Sua mão vai de leve pegando entre minha cintura e minhas
costas, e não é um leve como de quem está inseguro, seu polegar chega à parte
inferior de meus seios e ele parece fazer um carinho, passando seu polegar da
direita pra esquerda, da esquerda para direita lentamente. Minhas mãos também
estão enroscadas nele, de forma que cada novo carinho surpreende-me, e eu o
aperto um pouco mais forte, queimando de desejo.
Talvez, porque até agora eu não
tenha oferecido resistência, ele se aventura em subir um pouco minha camisa, e
um pouco mais... até me deixar só de sutiã, como num impulso, acabo fazendo a
mesma coisa. E meu Deus! Não sei se é frio, ou o fato de está diante daquele abdômen
discretamente definido, mais meus seios agora parecem estar completamente
arrepiados e empinados. Ele desce em beijos até minha nuca, me deixando
completamente louca e inerte, baixa a alça de meu sutiã e beija meus ombros, e
a única coisa que consigo fazer é mexer a cabeça para trás e aproveitar aquele
emaranhado de sensações.
Ele dá leves passos pra frente,
enquanto beija-me quase chegando aos meus seios, até que eu encontre apoio numa
pedra que é maior que nós. Estou encostada na imensa pedra que está atrás de
mim, e quando abro os olhos vejo o imenso penhasco à minha frente, não há como
fugir, e a essa altura eu também não fugiria! Ele baixa a outra alça do sutiã,
e antes de tirá-lo completamente beija-os sem, contudo, chegar aos mamilos, o
que me faz ter vontade de empurrar sua cabeça para baixo. Já sou toda torpor,
mas ele continua com seus beijos lentos e precisos, desabotoa o sutiã e beija
com mais intensidade, ao que eles se enrijecem, a Ione começa a se derramar, e
ele desce para beijar meu umbigo enquanto desabotoa o primeiro botão da minha
calça. Minha espinha faz um arco, minhas nádegas empinam para trás e meus seios
para frente, deliciando-me com seu toque. Lentamente ele abre meu zíper e desce
minha calça jeans, e dá discretas olhadas para mim, como quem verifica se estou
bem, continua descendo conforme tira minha roupa. Descalça meus pés, beija
lentamente minha coxa e sobe em direção à Ione. Sua língua passeia lentamente
pelo meu clitóris e o arco feito em minha espinha agora se torna ainda maior.
Ele levanta e beija meus lábios, minhas mãos passam por sua nuca e descem por
suas costas, enquanto ele me beija e acaricia meu corpo sedento. Vou
desabotoando sua bermuda ao passo que ela simplesmente parece escorregar de sua
pele. Ele simplesmente a joga pro lado, e agora eu posso senti-lo por completo,
ereto, encostando em mim, ansiando por mim, desejando-me! O língan simplesmente
procura a ione, como se fosse o yin e o yang, e ele entra nela... os dois se
completando, ali de pé, no alto do penhasco ele me possui, eu suspiro,
extasiada , satisfeita, completa.
Ficamos os dois ali, nus, como se
o mundo todo estivesse aos nossos pés, nos olhando, dizendo o que só os olhos
podem proferir, admirando o mundo, nos beijando até que já não haja mais nenhum
sinal de luz. Voltamos, e dessa vez eu mais agarrada a ele do que nunca,
esperando nunca mais ter que me separar dele. Esperando não ter que voltar para
o mundo real.
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